Nos últimos meses, organizações e gestões de saúde têm intensificado os alertas sobre o aumento de casos de Covid-19 no país. Um dos fatores que contribui para uma mudança no cenário é a identificação de novas subvariantes da Ômicron, conhecidas pelo alto potencial de transmissibilidade.
No Rio Grande do Sul, os primeiros casos da subvariante BQ.1 foram detectados por meio de sequenciamento genômico em amostras coletadas. Na quarta-feira (16), foi confirmada a circulação da subvariante em Santa Maria, sendo necessário seguir as recomendações emitidas pelo Comitê Científico de Apoio ao Enfrentamento à Pandemia Covid-19 do Rio Grande do Sul e, recentemente, pelo Ministério da Saúde.
Para mudar a curva, as recomendações envolvem antigos comportamentos e medidas já conhecidas da população: uso de máscaras por pessoas com comorbidades ou que apresentam sintomas gripais; a não realização de aglomerações; a higienização das mãos e, principalmente, a vacinação.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, para a população em geral, a aplicação de três doses possibilita uma boa proteção contra doença, diminuindo os efeitos mais graves da infecção.
Atualmente, mais de 3 milhões de pessoas estão com a dose de reforço em atraso no Estado. Em Santa Maria, quase 44% da população apta para se vacinar não retornou às unidades de saúde para completar o esquema vacinal contra a doença, mesmo que os imunizantes sejam disponibilizados, principalmente, em turno estendido.
Especialistas alertam que as orientações buscam proteger a todos, especialmente em um cenário no qual ainda é cedo para saber como a subvariante irá impactar na vida de todos os santa-marienses.
Prefeitura diz que não houve aumento nos índices de contaminação nas últimas semanas
Em entrevista à equipe do Diário, a secretária adjunta de Saúde, Ana Paula Seerig, confirmou a detecção de casos da subvariante BQ1 em Santa Maria. Os resultados foram obtidos por meio de sequenciamento genômico em amostras coletadas e encaminhadas ao Laboratório de Bioinformática aplicada à Microbiologia Clínica da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
– Em princípio, foram três casos confirmados nesta análise. Os resultados saíram na segunda-feira, e o feriado atrapalhou um pouco, até mesmo o contato que precisávamos fazer com essas pessoas – comenta.
Apesar da confirmação, a secretária explica que não foi observado uma alta nos índices de contaminação por coronavírus no município:
– Com essa variante, neste momento, ainda não temos um impacto nos nossos dados. Ou seja, não aumentou o número de hospitalização e não tivemos um aumento significativo no número de casos confirmados. Esse monitoramento está sendo feito. Então, logo, que tenhamos alguma mudança neste quadro, certamente, vamos informar.
Especialistas dizem não acreditar no retorno de restrições
Com o aumento no número de casos de Covid-19 e o surgimento de diagnósticos positivos para subvariantes da Ômicron, a possibilidade de entrada em uma nova fase da pandemia volta a ser assunto. Segundo infectologista Fabio Lopes, esses ciclos serão permanentes, assim como de qualquer outro vírus respiratório já existentes:
– Para quem atua no dia a dia, faz parte da nossa rotina atender pacientes que apresentam infecções por vírus ou outros agentes parasitários que mudam seu perfil, por mutagenese, mudança de codificação de RNA, entre outras causas de modificação. Nem por isso, prevemos uma nova pandemia, muito menos necessidade de medidas restritivas como aquelas de 2020.
Em notas técnicas divulgadas na última semana, o Ministério da Saúde e o Secretaria Estadual de Saúde recomendaram medidas básicas, como uso de máscaras e álcool em gel.
Apesar do equipamento de uso individual aparecer na lista, a secretária municipal adjunta de Saúde, Ana Paula Seerig, alerta a população que se trata de uma orientação, sem caráter de obrigação como anteriormente.
– Neste momento, não há nenhum indicativo dos órgãos que nos subsidiam de informações e dos nossos dados da necessidade de uso de máscara obrigatório. Neste momento, não há isso. Pode ser que as coisas mudem? Pode. Mas, não há este indicativo neste momento por conta do nosso quadro epidemiológico atual – destaca Ana Paula.
ESQUEMA VACINAL COMPLETO CONTRA A COVID-19
1ª e 2ª doses – Crianças de 6 meses a 11 anos*
3ª dose ou primeira dose de reforço – Pessoas acima de 12 anos
4ª dose ou segunda dose de reforço – Pessoas com 40 anos ou mais, pessoas de 18 a 39 anos com comorbidades, trabalhadores da saúde (mediante comprovação de atividade) e pessoas imunocomprometidas acima de 18 anos
*Santa Maria ainda aguarda pelo repasse de doses para a imunização de crianças de 6 meses a 2 anos de idade, grupos incluídos recentemente no esquema pelo Ministério da Saúde e Estado.
A VACINAÇÃO EM SANTA MARIA**
População geral – 3 anos a mais de 80 anos*
Esquema vacinal completo – 56,3%
Esquema vacinal incompleto – 43,7%
*Considera-se esquema vacinal completo conforme a faixa etária
Acima de 80 anos
Esquema vacinal completo – 77,7%
Esquema vacinal incompleto – 22,3%
Considera-se esquema vacinal completo três doses de vacina
De 18 a 79 anos
Esquema vacinal completo – 59,4%
Esquema vacinal incompleto – 40,6%
Considera-se esquema vacinal completo três doses de vacina
De 12 a 17 anos
Esquema vacinal completo – 68,6%
Esquema vacinal incompleto – 31,4%
Considera-se esquema vacinal completo duas doses de vacina
De 5 a 11 anos
Esquema vacinal completo – 48,6%
Esquema vacinal incompleto – 51,4%
Considera-se esquema vacinal completo duas doses de vacina
De 3 a 4 anos
Esquema vacinal completo – 10,8%
Esquema vacinal incompleto – 89,2%
Considera-se esquema vacinal completo duas doses de vacina
Santa Maria registra 984 mortes e redução no número de internações
Foto? Renan Mattos (Diário/ Arquivo)
O índice de internações em decorrência de casos de Covid-19 em Santa Maria também apresenta baixa nas últimas semanas. De três grandes instituições hospitalares, apenas uma registra ocupação em leitos por pacientes suspeitos ou com confirmação da doença.
Dos 40 leitos clínicos para Covid-19 disponibilizados pelo Hospital Regional de Santa Maria, nove estão ocupados. Na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Adulto do hospital, são ofertados 20 leitos. Deste quantitativo, três são ocupados por pacientes com suspeita de Covid-19 ou outra Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag).
O Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) e o Complexo Hospitalar Astrogildo de Azevedo não registram internações em decorrência da Covid-19 até o momento. Os dados fazem parte do painel de monitoramento da Covid-19 do Estado, no qual são reunidas informações de 299 hospitais.
ÓBITOS
Do início da pandemia de coronavírus, em 2020, até o momento, foram registrados 984 óbitos em decorrência da doença em Santa Maria.
O último comunicado oficial emitido pela prefeitura foi divulgado no dia 13 de outubro. No documento, cinco mortes foram confirmadas entre setembro e o mês passado, sendo a mais recente a de uma mulher de 90 anos, com registro de insuficiência cardíaca, diabetes e obesidade, que veio a óbito no dia 6 de outubro, no Complexo Hospitalar Astrogildo de Azevedo.
SAIBA MAIS
Óbitos por Covid-19 em Santa Maria
984 mortes de moradores do município desde o início da pandemia, em 2020
Internações em Santa Maria (Husm)
Não há pacientes suspeitos ou confirmados de Covid-19 internados no local no momento
Hospital Regional de Santa Maria
Dos 40 leitos para Covid-19 fora da UTI Adulto, nove estão ocupados por pacientes com suspeita ou confirmação da doença, representando 22,5% do total.
Dos 20 leitos de UTI Adulto, três são ocupados por pacientes com suspeita de Covid-19 ou outra SRAG.
Complexo Hospitalar Astrogildo de Azevedo
Não há pacientes suspeitos ou confirmados de Covid-19 internados no local no momento
*Dados atualizados em 16/11/2022Fonte: Painel de Monitoramento Covid-19 do Rio Grande do Sul
Confira a agenda de vacinação contra a Covid-19 em Santa Maria:
Quarta-feira (16)
Adolescentes e pessoas de 18 anos ou mais
Para quem:
Pessoas de 12 anos ou mais (1ª dose)
Pessoas de 12 anos ou mais que receberam a 1ª dose até 19/09 (2ª dose)
Pessoas de 12 anos ou mais que receberam a 2ª dose até 19/07 (3ª dose)
Pessoas de 18 anos ou mais que receberem duas doses da vacina Janssen até 19/07 (3ª dose)
Pessoas de 18 anos ou mais imunocomprometidos e pessoas de 40 anos ou mais que receberam a 3ª dose até 19/07 (4ª dose)
Trabalhadores da saúde que receberam a 3ª dose até 19/07 (4ª dose)
Pessoas de 18 a 39 anos com comorbidade que fizeram a 3ª dose até 19/07 (4ª dose)
*Doses Pfizer
Crianças e adolescentes de 3 a 11 anos (1ª dose)
Crianças e adolescentes de 3 a 17 anos que receberam a 1ª dose até 19/10 (2ª dose)
Crianças de 5 a 11 anos que receberam a 1ª dose até 19/09 (2ª dose)
*Doses Coronavac
Onde:
Policlínica José Erasmo Crossetti (Rua Floriano Peixoto, 1.752, Centro) – das 17h às 19h30min
Centro Social Urbano Maria Ribas De Nardin (Rua Ernesto Alves, 245, Vila Oliveira, Bairro Passo D’Areia) – das 16h às 20h
ESF Vitor Hoffman (Rua Distrito Federal, 80, Vila Rossi) – das 17h às 20h
O que levar:
Carteirinha de vacinação, documento com foto e CPF
Comprovante profissional ou declaração de profissional liberal (para trabalhadores da saúde
Aos imunocomprometidos, apresentar comprovante do diagnóstico médico: laudo, atestado, exame ou receita de medicação, entre outros
Quinta-feira (17), das 17h às 19h30min
Adolescentes e pessoas de 18 anos ou mais
Para quem:
Pessoas de 12 anos ou mais (1ª dose)
Pessoas de 12 anos ou mais que receberam a 1ª dose até 19/09 (2ª dose)
Pessoas de 12 anos ou mais que receberam a 2ª dose até 19/07 (3ª dose)
Pessoas de 18 anos ou mais que receberem duas doses da vacina Janssen até 19/07 (3ª dose)
Pessoas de 18 anos ou mais imunocomprometidos e pessoas de 40 anos ou mais que receberam a 3ª dose até 19/07 (4ª dose)
Trabalhadores da saúde que receberam a 3ª dose até 19/07 (4ª dose)
Pessoas de 18 a 39 anos com comorbidade que fizeram a 3ª dose até 19/07 (4ª dose)
*Doses Pfizer
Crianças e adolescentes de 3 a 11 anos (1ª dose)
Crianças e adolescentes de 3 a 17 anos que receberam a 1ª dose até 19/10 (2ª dose)
Crianças de 5 a 11 anos que receberam a 1ª dose (Pfizer pediátrica) até 19/09
*Doses Pfizer
Onde:
UBS Wilson Paulo Noal (Rua Reinaldo Manoel Guidolin, 130, Camobi)
O que levar:
Carteirinha de vacinação, documento com foto e CPF
Comprovante profissional ou declaração de profissional liberal (para trabalhadores da saúde
Aos imunocomprometidos, apresentar comprovante do diagnóstico médico: laudo, atestado, exame ou receita de medicação, entre outros
Sábado (19), das 8h ao meio-dia
Crianças e pessoas de 18 anos ou mais
Para quem:
Pessoas de 12 anos ou mais (1ª dose)
Pessoas de 12 anos ou mais que receberam a 1ª dose até 19/09 (2ª dose)
Pessoas de 12 anos ou mais que receberam a 2ª dose até 19/07 (3ª dose)
Pessoas de 18 anos ou mais que receberem duas doses da vacina Janssen até 19/07 (3ª dose)
Pessoas de 18 anos ou mais imunocomprometidos e pessoas de 40 anos ou mais que receberam a 3ª dose até 19/07 (4ª dose)
Trabalhadores da saúde que receberam a 3ª dose até 19/07 (4ª dose)
Pessoas de 18 a 39 anos com comorbidade que fizeram a 3ª dose até 19/07 (4ª dose)
*Doses Pfizer
Crianças e adolescentes de 3 a 11 anos (1ª dose)
Crianças e adolescentes de 3 a 17 anos que receberam a 1ª dose até 19/10 (2ª dose)
Crianças de 5 a 11 anos que receberam a 1ª dose (Pfizer pediátrica) até 19/09
*Doses Pfizer
Onde:
UBS Dom Antônio Reis (Rua Izidoro Grassi, 277, Bairro Medianeira)
O que levar:
Carteirinha de vacinação, documento com foto e CPF
Comprovante profissional ou declaração de profissional liberal (para trabalhadores da saúde
Aos imunocomprometidos, apresentar comprovante do diagnóstico médico: laudo, atestado, exame ou receita de medicação, entre outros